quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Sirenas - As Filhas do Oceano [CAPITULO 01] Por Axel Basque

[NOTA DO AUTOR: Olá, Pessoal. Para celebrar o dia da Independência do nosso país, resolvi presenteá-los com o primeiro capítulo inédito do meu livro. É um grande prazer compartilhar com vocês esse sonho. Espero que gostem desse pedacinho da história. Ficarei grato se compartilharem com os amigos, estarão me ajudando a realizar um sonho. Muito obrigado. ]

É noite de lua cheia, e estou escondida nas sombras de dois grandes prédios próxima ao calçadão de Copacabana. Na praia um grande luau está chegando ao fim, jovens dançaram a noite toda e encheram a cara de bebidas alcoólicas.  Para eles foi mais uma noite de diversão, para mim um banquete. Para aplacar minha sede de sangue, decorrência da minha maldição de sirena, preciso fazer certos sacrifícios. Tenho que ser rápida, me misturar entre os jovens, escolher as vítimas e leva-las para uma festinha particular.
Atravesso a rua e caminho em direção à praia. O mar me recebe com sua música hipnotizante. Uma sinfonia para a carnificina que irá acontecer. Jogo meu cabelo louro para trás e deixo cair como um grande véu pelas costas, solto o roupão de seda e exibo meu biquíni azul marinho, o contraste do azul contra minha pele branca favorece minhas curvas. Sei disso, porque recebo olhares por onde passo. Uma criatura angelical extremamente bela e faminta por luxuria.
Avisto um pequeno grupo de rapazes em um canto bem isolado. Vejo pequenas luzes passando por suas mãos, fios de fumaça sobrem pelo ar. Será fácil demais, o cheiro de essência de narguilé me cerca. Paro atrás do grupo, um rapaz usando apenas uma sunga preta, me encara e abre um sorriso enorme.
- Temos companhia, galera. – Ele avisa os demais. Os rapazes olham para trás e me olham com espanto. Os cigarros e latas de cerveja caem das suas mãos e eles se levantam rapidamente.
- Olá gatinha, o que uma loura gostosa como você faz perdida por aqui? Deixe me adivinhar veio procurar o papai aqui. – Ri batendo no peitoral.
O grupo me cerca, eles soltam risadas socando de leve os ombros dos parceiros. Um garoto assovia e me faz girar. Bobos, acham que sou indefesa ou ingênua, mas eles que são. Às vezes sinto dó, mas para eu sobreviver, outros têm que morrer.
- Crianças, querem se divertir mais um pouco? – Minha voz sai sedosa e vejo o efeito que ela causa sobre eles, às pupilas de seus olhos dilatam ainda mais. Meu controle mental é muito poderoso, não há como escapar de uma sirena.
            Caminho em direção ao mar, às ondas estão tranquilas, perfeitas para nadar. Eu os chamo e os rapazes se apressam para chegar perto. Ainda estão conscientes, eles me elogiam e me cercam novamente, pulando como crianças animadas para um passeio ao shopping.
            - Querem nadar? Há uma pequena ilhazinha próxima daqui, podemos nos divertir lá. Quem chegar primeiro vai ganhar uma surpresa.
            Eles se animam, correm pulando as ondas e mergulham no mar. Vou atrás deles, não me transformo ainda, pois consigo me controlar, foram décadas de treino pesado para dominar a transformação. Há um mito que os humanos inventaram sobre as sirenas, dizem que qualquer líquido nos transforma quando estamos na forma humana, mas isso é mentira. Somente a água do mar pode fazer isso. Se fosse verdade, eu jamais moraria perto dos humanos.
            O mar me recebe com ternura, as ondas limpam minha pele, lavam meu corpo e me dão forças para me alimentar. Não demora muito e já chegamos à pequena ilha, os garotos estão sentados na areia, ofegantes. Quando emerjo da superfície eles se levantam e começam a gritar e brigar dizendo quem chegou primeiro. Passo por eles e paro entre as árvores. Preciso de toda a atenção deles e para isso, tiro meu biquíni. A gritaria para e alguns soltam palavrões quando me olham. O rapaz de sunga preta avança e me pega em seus braços. O corpo dele está gelado e salgado, do jeito que gosto.
            - Como se chama docinho? – Pergunto a ele.
            - Me chamo Mateus, você é tão linda. – Seus lábios traçam um caminho por meu pescoço. Os outros se agitam e começam a gritar incentivam o rapaz.
            - Eu sei, sabe por que o trouxe aqui, Mateus? – Eu o empurro levemente com as mãos para que ele possa me olhar.
            - Para nos divertir um pouco? – Ele sorri travesso. Assinto com cabeça e solto um risinho.
            Deslizo meus dedos por seu abdômen parando no elástico da sua sunga. Ele se apressa em tira-la e me puxa para um beijo selvagem. Ele puxa meus cabelos e estica meu pescoço dando mordidas na minha pele. Chamo os outros rapazes que já tiraram suas roupas e correm em nossa direção, mãos e bocas me cobrem cada centímetro do meu corpo. Mateus se ajoelha e desliza a língua pela minha barriga. Um garoto louro morde minhas costas, outro garoto moreno lambe meus dedos. Estes cinco rapazes estão sentindo o efeito de tocar uma sirena. Meu poder desperta um lado sombrio em suas mentes e eles são tomados pela luxuria, pelo prazer, pela euforia de me querer.
            A lua está em seu ápice e me deixo ser levada pela maldição. Minha pele muda, penas pretas se espalham por todo meu corpo, os garotos se afastam xingando.
            - Mas que porra é essa? – Mateus grita caindo de costas na areia.
            - Ora, não disse que iriamos nos divertir? – Minha voz sai rouca, alterada pela transformação.
 Minhas asas se abrem nas costas, derrubando os outros meninos que estavam ao meu lado. Minhas mãos crescem se modificando em garras. Meus olhos mudam de cor, de azuis vão para um preto sombrio, como olhos de pássaros.
Mateus se vira e tenta correr, mas acaba escorregando na areia. Os outros entram na pequena vegetação da ilha e gritam por socorro. Bem, esse é um dos lados da maldição. Metade mulher e metade pássaro. A outra parte, logo vai descobrir.
- Beije-me.
Mateus tenta manter se no chão resistindo ao meu chamado. Sorrio para ele com a boca cheia de dentes afiados.
Beije-me, Mateus.
            Por fim, acaba cedendo, ele vem ao meu alcance e me puxa para um beijo. Mordo levemente seus lábios, sangue escorre por nossas bocas, começo a cantar suavemente. Seu corpo vai relaxando, como se estivesse sendo embalado por uma cantiga de ninar. Atravesso minha mão por seu peito, continuo a beija-lo e arranco seu coração. Mateus tomba aos meus pés. Devoro o pedaço de músculo, o sangue se espalha por entre as minhas penas. Sorrindo alço voo e persigo os outros garotos.
...
Sinto-me exausta. Meus músculos queimam, estou toda molhada de suor e sangue, a areia gruda em meu corpo. Solto gemidos de dor tentando me mexer, levo as mãos ao rosto com dificuldade para proteger meus olhos dos raios de sol. Ouço o marulho do oceano e gotículas de água me atingem quando as ondas se quebram sobre a praia. Levanto-me devagar, e estico o corpo. Penas, sangue e o que restou dos corpos estão espalhados pela praia. Tenho que cobrir esses rastros, não posso deixar nenhuma evidência.
 Estico o braço para o mar e o convido para avançar. As ondas crescem e invadem a praia, em minutos a ilha é engolida pelas águas e me deixo ser banhada pela ferocidade do oceano. Mergulho no abraço marinho, minha pele volta ao normal e deixo minha cauda assumir o lugar das minhas pernas. Pequenas membranas se abrem entre meus dedos, respiro fundo e deixo minhas guelras se abrirem. Nado para o fundo, me afastando do naufrágio da pequena ilha e me deito no leito do oceano.
Chamo-me Thelxiepia, a mais velha das sirenas originais. E acabo de mostrar os dois lados da mesma moeda.
                                                            ...
Escolho um local da praia que esteja vazio e me rastejo para fora do mar. Minhas pernas voltam por vontade própria, não há mais aquela sensação estranha da mudança. Já estou acostumada, foram vários séculos passando por isso. Há anos que perdi minha humanidade, ou melhor dizendo minha compaixão. Aquele sentimento de dó quando mato alguém para me alimentar. Ou me alimento ou morro. Aliás, já tentei me matar, sempre volto. É um eterno, agoniante e entediante ciclo. Então deve estar se perguntando: porque eu me alimento? Bem, não posso controlar, é parte da maldição lançada pela vadia da Deméter.
Por sorte, encontro roupas jogadas na praia. Não seria legal, andar nua pelas ruas de Copacabana. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, não voltamos com a mesma roupa depois da transformação. Isso é uma mentira. As pessoas fantasiaram esse fato para não corromper a inocência das crianças que acreditam em sereias. Na verdade, nos fantasiaram para não causar terror nas pobres mentes infantis. Imagina contar para seu filho ou filha que sereias devoram os corações dos marinheiros.
Visto uma camiseta fedida e suja de areia e uma bermuda manchada de cerveja, e vou para casa, são duas quadras da avenida principal. A manhã já começou animada, pessoas estão caminhando pela orla com seus cachorros, outros estão se banhando e vendedores ambulantes caminhando pela areia carregando sacolas com seus produtos. Me pergunto se as pessoas sabem da existência de seres místicos e até dos deuses e que eles possam estar entre eles. Você pode ir a uma lanchonete e ser atendido por um filho de Poseidon ou filha de Atena, seu amigo pode ser filho de Zeus, ou até seu pai ou sua mãe serem filhos de deuses. Fora as criaturas místicas que podem assumir a forma humana, quem sabe você não é filho de um ciclope ou de uma fada. Não se anime achando que pode ser filho de uma sereia, infelizmente nós não engravidamos.
Entro pelo hall do prédio onde moro, atravesso o salão o mais rápido possível e escolho subir pelas escadas até a cobertura onde meu apartamento fica. Por sorte não esbarro em nenhum vizinho. Estou desesperada para trocar de roupa, o odor de cerveja está me irritando. Procuro por minhas chaves no vaso de planta, sempre deixo embaixo da estátua de sapo. Ouço ruídos vindo de dentro do apartamento e abro a porta com força. Uma mulher com cabelos dourados como campos de trigo, a pele bronzeada naturalmente e os olhos escuros se levanta bruscamente do meu sofá. Eu a conheço e não posso acreditar que essa desgraçada está aqui.
- Sua vadia imunda, como ousa entrar em minha casa? – Avanço com ferocidade, atropelando moveis que estão pelo caminho. Ela não se mexe, minhas mãos fecham em volta de seu pescoço e a empurro com força na parede.
- É bom vê-la também, Thelxiepia. Sentiu saudades? – Deméter sorri. O que me deixa ainda mais furiosa.
- Eu vou te matar! – Preparo um ataque quando ouço uma voz vinda da porta do banheiro.
- Solte-a, Thel. – Minha irmã está parada de braços cruzados com um olhar zangado. O cabelo está molhado e seu corpo envolto por uma toalha.
- Sisi? O que está acontecendo? – Me viro para encara-la.
Deméter passa as mãos pelo pescoço e se afasta parando ao lado de Sisi. Alguém grita do quarto no segundo andar e desce as escadas rapidamente. Aglaope, minha outra irmã. Ela para no pé da escada.
- Que bagunça é essa?
- Eu que pergunto a vocês, o que estão fazendo aqui? O que ela está fazendo aqui? Pensei que estivesse claro quando eu disse que não veria você novamente, Deméter. Se não deixei claro, vou deixar agora. Faz tempo que não soco um deus.
- Sem brigas, está bem? – Agge se coloca como escudo na frente de Deméter. – Deixa-a explicar o que está acontecendo.
- Ok. Mas espero que seja algo importante, porque juro que quero esfregar sua cara no asfalto da rua.

- Certo, mas primeiro vou trocar de roupa. – Sisi sobre correndo as escadas. Agge indica os sofás e nos sentamos. Há um clima tenso, não sei o que Deméter está aprontando, mas já sei que coisa boa não vai ser. 

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Rapto de Perséfone - Axel Basque [ FINAL ]

A flecha corta o ar atingindo o coração de Hades. O pobre deus é tomado por um calor intenso, e seus olhos se voltam para a moça de cabelos dourados. Nesse momento já não consegue ver outra solução, se não toma-la como sua esposa. Ele chicoteia as rédeas de seus cavalos e dispara em direção a Perséfone e as ninfas.

Percebendo a aproximação da carruagem e assustadas, as ninfas gritam e correm em direções diferentes, deixando a jovem deusa sozinha. Aproveitando-se disso, Hades agarra Perséfone pelos cabelos com uma das mãos e a arrasta violentamente, enquanto com a outra mão conduz seus cavalos em uma fuga.

- Deixe-a em paz, seu monstro! – Grita Ciana, uma das ninfas.

Contudo, atônito em sua repentina paixão, Hades ignora a ninfa e assopra em direção ao chão. Seu sopro é tão forte que a terra começa a tremer, abrindo um portal para seu reino. Atrás dele, Ciana insistentemente o persegue e notando-a Hades ordena as trevas que a detenham. Serpentes de fumaça negra rastejam do portal e envolvem o corpo da ninfa.

Ciana ascende em direção ao céu até que seu corpo cede à pressão. A pequena ninfa urra de dor e sua pele se rasga, seu corpo se dissolve em gotículas de água.

As demais ninfas correram desesperadamente em direção ao local onde a mãe da deusa estava com os camponeses para contar o ocorrido. Incrédula com o fato de sua filha ter sido raptada por Hades, à deusa gritou furiosamente:

- Hades? O que este demônio fará a coitada de minha filha?

A deusa sentiu um tremor avassalador, um frio congelante desceu sobre sua espinha, o ar lhe faltava nos pulmões, uma sensação horrível tomou conta de seu corpo e ela correu pelos campos, seus olhos vasculhando cada centímetro de terra a procura de sua filha. As ninfas foram atrás e procuraram sua amada amiga com a mesma devoção de sua mãe.

No alto do monte, Afrodite estava satisfeita, observara tudo com uma adoração doentia. Seu plano dera certo e ela voltaria a ser a mais bela entre os deuses, seu coração ansiava loucamente para sentir essa sensação. Ao seu lado, Eros, permanecia em silêncio, espantado com a agressividade do ocorrido, o garoto pensara que seria diferente, não imaginara que o poder da flecha seria tão intenso em um deus. Sua mãe o agradeceu, o grande sorriso iluminando seu rosto. Eufórica, Afrodite se levanta e o convida para partir. Se Deméter a visse ali, faria milhares de perguntas e desconfiaria de sua alegria.

            Por onde a deusa da agricultura passara, a terra sentia seu desespero. O solo se tornou estéril, as plantações de trigo morreram, as árvores e flores secaram. Deméter corria sem parar, chamando por Perséfone. Ela chegou ao local onde sua filha estivera e nada encontrou, a não ser um rio.

            Deméter não desistiria de procurar por sua filha, a deusa deu as ninfas corpos de pássaros, ordenando que não parassem a busca até encontrar Perséfone. A deusa pediu às ninfas que perguntassem a todos os deuses se podiam ajudar na busca por sua filha. Deméter não queria pedir ajuda a Zeus, pois sabia que Hera interviria. Não era um bom momento para arrumar uma intriga com a esposa de Zeus. Mesmo sabendo que Perséfone era filha do grande deus.
            Foram dias de uma busca incessante, Deméter se sentia esgotada. A terra estava definhando juntamente com a deusa e os humanos perdiam a fé nos deuses pouco a pouco. Uma das ninfas conseguiu ajuda de Hélio, o deus Sol, ela contou a Deméter sobre o que o deus contara e não houve dúvidas de que precisaria da ajuda de Zeus. Hades tinha levado Perséfone para o submundo e lá poucos entravam.


            Deméter voltou para o Olimpo e contou tudo a Zeus. O deus mandou seu mensageiro, Hermes, para o submundo para estabelecer um trato com Hades. Porém, sua nova esposa tinha comido um fruto ficando presa em seus domínios, pois quem comesse qualquer alimento nesta região ficava obrigado a retornar. Com isso, estabeleceram um trato, Perséfone passaria um período do ano com sua mãe e o outro com Hades. Iniciando as estações do ano. 

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O Rapto de Perséfone - Axel Basque [PARTE 01]

A natureza era uma das grandes paixões de Deméter e, embora soubesse bastante sobre a agricultura, sabia que havia muito mais para ser aprendido. Pela manhã, todos os dias, se reunia com os camponeses e lhes ensinava o que sabia. Seu olhar, contudo, não se desviava um segundo de sua filha Perséfone que dançava e cantava com as ninfas. Sua vida se resumia nisso: agricultura e Perséfone. Era uma mãe protetora.

Desde seu nascimento Perséfone era cobiçada por sua beleza. E o passar dos anos só a deixava mais bela. Seu corpo que antes era magro ganhara curvas e seus cabelos agora tinham mais brilho. Não havia dúvidas que se tornara a mais linda habitante do Olimpo. Homens e deuses se perdiam em seu olhar gentil e ficavam apaixonados por seu rosto redondo e pele branca e macia. 

Não muito distante dali, no alto do monte, sentada com seu filho, Afrodite observava tudo. Há algum tempo um sentimento estranho vinha invadindo seu coração, não saberia dizer desde quando. O nascimento de Perséfone tinha mudado as coisas, mas mesmo que admitisse ter sentido certa afeição pela garota no começo, seu anseio por ser a mais bela a consumia. De uma hora para outra, sua beleza parecia comum, dada a beleza da jovem deusa. A inveja começara a incendiar seu peito.

Deusa tola! Pensou Afrodite. Eu sou a mais bela entre todas! 

Um estrondo alto e rápido ecoou do Monte. Ao pé da montanha uma fenda se abriu e Hades apareceu com sua carruagem para um passeio. Notando o grupo de mulheres que dançavam em torno das flores, Hades decide se aproximar. 

Notando a aproximação, uma ideia surge na cabeça de Afrodite que sorri para seu filho, Eros. 

- Veja, meu filho! – Aponta para Hades. – Os homens não se cansam. Não sei o que veem nela, mas parece que esse rejeitado não desiste. 

- Coitado – sorri com ironia.

- E se nós o ajudássemos? Ele não é o melhor dos pretendentes, mas creio que ela será feliz com o rei dos mortos – diz em escárnio. 

Os olhos do garoto se iluminam, virando se rapidamente para pegar seu arco e escolher uma flecha de sua aljava. 

- Vamos dar uma chance ao deus excluso – Eros mira e lança sua flecha do amor. Afrodite ri e aplaude euforicamente. 

[continua...]


sábado, 25 de março de 2017

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Em breve novidades...